Março 2019
Rússia, vamos a caminho
07
A viagem começa
Chegou o dia mais exigente para a minha Zumbinha, era 22 de Março e pelas 5h15 estava no Aeroporto com a Zumba, no parque de estacionamento tive que montar a caixa de transporte que não cabia montada dentro do carro, após esta tarefa seguimos para o balcão da Aeroflot (companhia russa de aviação) para proceder ao pagamento da viagem da Zumba. De seguida fomos realizar o check in, no balcão uma funcionária da ANA Aeroportos de Portugal prestou um atendimento extremamente atencioso e acompanhou todo o processo até à entrega da Zumba à Groundforce. Aquando da colocação da Zumba dentro da caixa ela teve um comportamento tranquilo e sereno na entrada e permanência.
Tendo em conta todos os acontecimentos relatados no post anterior "Decidimos ir para a Rússia", naquele momento tive um misto de sentimentos, ora me soprava um vento de alívio por finalmente ter a Zumba dentro do avião, ora me mergulhava numa onda de ansiedade por não saber em concreto o que poderia estar ela a sentir. Tentei relaxar e como a mim andar de avião não é de todo mais um incremento de stress, consegui descontrair na viagem.
Seguiram-se cerca de 7h até ao momento em que voltei a ver a Zumba, já em Moscovo recebi-a na zona de bagagem fora de formato. Coloquei novamente as rodas na caixa, visto que estas não podem ir colocadas aquando do embarque e transportei-a dentro da mesma mais à minha bagagem até ao exterior do aeroporto para que ela pudesse sair e fazer logo as suas necessidades. Quando a tirei da caixa ela estava a Zumba habitual, a querer explorar tudo como se aquele local já lhe pertencesse. Decidi, após dar uma volta com ela, colocar o açaime e procurar indicação para o terminal B, pois estava no D e teria que apanhar o próximo voo, para Stavropol, nesse terminal.
Fui abordado por um taxista que a Zumba se apressou a tentar abocanhar o braço, sorte ter o açaime, o homem aproximou-se muito rápido de mim para perguntar se precisava de informações, ao que eu respondi que precisava de ir para o terminal B, ele disse que eram 15 Km e que me levaria a mim, à caixa, à bagagem e à Zumba claro. Aceitei e, como vão perceber porquê, ele apressou-se a me ajudar a empurrar a caixa da Zumba até ao táxi, mas com tanta brutalidade que conseguiu partir duas rodas, enfim, só me imaginava agora a transportar uma caixa sem rodas da frente,com uma mochila de 23 Kg em cima que eu não podia desfazer o plástico que a envolvia, pois ia para outro voo e mais outra mochila de 10 Kg, mas pronto haveria de encontrar uma solução. Enquanto isso o amável Sr. que tossia de uma forma que parecia poder morrer a qualquer momento e conduzia como se nem tivesse tudo gelado lá fora ia tentando comunicar com o auxílio do tradutor do telemóvel, informando que era Curdo, perguntou-me se a Zumba mordia ou atacava se eu ia vendê-la e de onde é que eu vinha. Chegando ao terminal B do Aeroporto de Moscovo, 15 minutos após ter entrado no táxi, fui literalmente “assaltado”, primeira má experiência, cerca de 60 Euros por escassos Km's de carro, mas não tinha muitas opções.
Cheguei ao terminal B e fui pagar a passagem da zumba ao balcão da Aeroflot que já estava reservada e confirmaram-se os 75 Euros. Quando tento ir fazer o check in a Sra. do balcão diz-me que preciso de voltar ao Terminal D ou E, de onde tinha vindo, para ir com a Zumba ao Veterinário do aeroporto, que passaria a declaração necessária que me permitiria embarcar. Toca de procurar um local para deixar bagagem e caixa da Zumba permitindo desta vez ir no Comboio interno que liga os dois terminais, mas que não permite a entrada de carrinhos ou caixas da dimensão da da Zumba. Bem, após várias tentativas de comunicação com pessoas que não falavam inglês e tentando entrar em elevadores nos quais tinha sempre alguém que me passava à frente, ficando eu e a Zumba com bagagens a aguardar o próximo, pois aqui as pessoas não respeitavam a ordem de chegada para entrar no elevador. Após algumas tentativas frustradas lá consegui deixar a bagagem numa baggage storage e deslocar-me até ao Terminal E. Cerca de 30 minutos para apenas carimbarem o passaporte da Zumba e regressar ao terminal de onde tinha vindo, levantar de novo a caixa, a bagagem e seguir para o check in. Aqui tive que deixar a Zumba com um pouco mais de antecedência. Ela voltou a entrar para a caixa, um pouco mais insegura desta vez, mas aceitou bem. Seguiram-se mais cerca de 4h30 até que voltou a sair da caixa já em Stavropol.
Fomos recebidos já perto das 2h locais por uma das professoras que me tem acompanhado mais a sua filha, bem como pelo motorista do mini-autocarro, que parecia ter saído de um filme da antiga União Soviética. Entrámos para o autocarro que em cerca de 30 minutos nos deixou em casa.
Assim terminou uma jornada em que, tal como sempre me tem habituado, a Zumba se portou como uma verdadeira companheira e lutadora. Para ela não há impossíveis e no que puder, vou sempre tentar que tudo seja possível para nós dois. Eu quero muito que ela esteja comigo e ela quer muito que eu esteja com ela e assim será. Não há impossíveis para nós, há adversidades que vamos sempre ultrapassando com maior ou menor dificuldade. Se tivéssemos desistido à primeira ela não era tão feliz como é hoje e eu certamente que também não.
Espero poder mostrar que temos que acreditar que os nossos cães são capazes de coisas bem mais incríveis do que aquilo que achamos. Basta para isso estar com eles e permitir que nos acompanhem em tudo, pois é connosco que eles simplesmente querem estar, onde quer que seja.
Importa ainda afugentar os nossos fantasmas, pois eles é que condicionam negativamente a felicidade dos nossos cães, existem medos que são apenas fruto da nossa imaginação.
The journey begins
The most demanding day arrived for my Zumbinha, it was March 22 and at 5.15 am I was at the Airport with Zumba. In the parking lot I had to set up the transport box that could not fit inside the car. After this task we went to the counter of Aeroflot (Russian company aviation) to pay for the Zumba’s trip. Next, we went to check in, at the counter and the official of ANA Airports of Portugal provided extremely attentive service and followed the entire process until delivery of Zumba to Groundforce. When placing the Zumba inside the box she had a calm and serene behavior both in the entrance and stay.
Taking into account all the events reported in the previous post “We decided to go to Russia” at that moment I had a mixture of feelings, now a wind of relief was blowing for finally having the Zumba inside the airplane, ora I was immersed in a wave of anxiety by not knowing in concrete what she might be feeling. I tried to relax and as my plane and as for me travelling by plane is not at all another increase of stress, I was able to relax in the trip.
It took about 7 hours to travel to Moscow, when I returned to see Zumba, having received her in the baggage area outside of the format. I put the wheels back in the box, since these can not be placed on boarding and I carried Zumba inside the box plus my luggage outside the airport so she could leave and get her needs straight. When I took her out of the box she was the usual Zumba, wanting to explore everything as if that place already belonged to her. I decided, after taking a turn with her, put the muzzle and look for indication to terminal B, because I was in D and I would have to catch the next flight, to Stavropol, in that terminal. I was approached by a taxi driver that Zumba rushed trying to snatch his arm, lucky she had the muzzle, the man came very quickly from me to ask if I needed information, to which I replied that I needed to go to terminal B. He said that it was 15 km and that he would take me, the box, the luggage and the Zumba of course. I accepted and, as you realize why, he hastened to help me to push the Zumba’s box into the taxi, but with such brutality that he could break two wheels, in fact, I only imagined now carrying a box without front wheels, with a backpack of 23 kg on top since I could not undo the plastic that enveloped it, because I was going to another flight and another 10 kg backpack, but I was going to find a solution.
Meanwhile the lovely Mr. who coughed in a way that seemed to be able to die at any moment and drove as if it had not got everything frozen outside, was trying to communicate with me with the help of the cell phone translator, informing that he was Kurdish, he asked me if Zumba would bite or attack, if I was going to sell her and where did I came from. Arriving at Terminal B of Moscow Airport, 15 minutes after getting into the taxi, I was literally “robbed”, the first bad experience, I paid about 60 Euros for a few Km of car, but I did not have many options.
I arrived at terminal B and went to pay the passage of Zumba to the Aeroflot counter that was already reserved and confirmed the 75 Euros. When I try to check in the Mrs. from the counter told me that I needed to return to Terminal D or E, from where I had come, to go with Zumba to the Airport Veterinarian, who would pass the necessary declaration that would allow me to board. So I had to look for a place to leave my luggage and Zumba box, allowing this time to go in the Internal Train that connects the two terminals, but that does not allow the entrance of carts or boxes of the size of Zumba. Well, after several attempts at communication with people who did not speak English and trying to get into elevators where there was always someone who would pass me by, with me and Zumba and luggage waiting for the next one, because here, people did not respect the arrival order to enter the elevator. After a few frustrated attempts I was able to leave my luggage in a luggage storage and move to Terminal E.
It took only about 30 minutes to just stamp Zumba’s passport and return to the terminal
from which I had come, to raise again the box and luggage and proceed to check in. Here I had to leave Zumba a little more in advance. She re-entered the box, a little more insecure this time, but accepted. It was more about 4:30 hours until Zumba came out of the box again in Stavropol.
We were greeted at 2:00 am by one of the teachers who has been accompanying me and her daughter, as well as the driver of the minibus, who appeared to have come from a movie from the former Soviet Union. We got on the bus which in about 30 minutes left us at home.
So ended a journey in which, as usual Zumba has always accustomed me, she behaved like a true companion and fighter. For her there is nothing impossible and in what I can, I will always try to make everything possible for both of us. I really want her to be with me and she really wants me to be with her and she will be. There is nothing impossible for us, there are adversities that we are always going over with more or less difficulty. If
we had given up on the first one she was not as happy as she is today and I certainly did not either.
I hope I can show that we have to believe that our dogs are capable of things far more incredible than what we think. It’s enough to be with them and to allow them to accompany us in everything, because it is with us that they simply want to be, wherever it is.
It is also important to frighten away our ghosts, because they negatively.